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O teatro (sua historia)

Historia geral (mas resumida) do teatro

Antiguidade O teatro surge "oficialmente" na Grecia, no seculo VII a.C. Desenvolve-se no seculo VI em concursos dramaticos que apresentam comedias, tragedias e satiras, de tema mitologico. Aristoteles fixa a estrutura dessas pecas na Arte Poetica: respeito as unidades de tempo, lugar e acao, ou seja, a trama se passa em 24 horas, num so local, contando uma so historia. Esquilo, Sofocles e Euripedes fazem tragedias completas. Os grandes comediografos gregos sao Aristofanes e Menandro (342 a.C.?-292 a.C.?). Os teatros tem chao de terra batida e degraus de pedra, em semicirculo, para abrigar a plateia. O palco e feito de tabuas, sobre armacao de alvenaria, e o cenario e fixo.
Em Roma, a partir de 240 a.C., imita-se o repertorio grego. Em geral, os atores sao escravos. A comedia predomina e a tragedia e cheia de situacoes grotescas e efeitos especiais. Durante o Imperio (27 a.C.-476 d.C.), a cena e dominada por exibicoes acrobaticas e jogos circenses. Os personagens estereotipadas dos comediantes Plauto e Terencio (190 a.C.?-159 a.C.?) dao origem, mais tarde, aos tipos da commedia dell'arte italiana. Nas tragedias destaca-se Seneca (4 a.C.?-65 d.C.). Ate 56 a.C., os teatros sao de madeira; depois, de marmore e alvenaria. Com o triunfo do cristianismo, sao fechados ate o seculo X.
Idade Media Entre o seculo X e o inicio do XV, os dramas liturgicos em latim, representados nas igrejas, dao lugar aos jeux (jogos), aos milagres e aos misterios. Montados em praca publica, misturam historias biblicas a situacoes do cotidiano - atividade que a Igreja proibe em 1548. A profissionalizacao desses grupos cria o teatro popular: as soties (tolices) e farsas satirizam a politica e os costumes. As pecas sao montadas dentro das igrejas e, mais tarde, ao lado ou diante delas. Os grupos ambulantes usam palcos improvisados em carrocas ou sobre cavaletes.
Renascimento O teatro erudito durante o Renascimento, entre os seculos XV e XVII, imita modelos greco-romanos e o teatro popular mantem viva a heranca medieval nas comedias. Na Italia, em reacao ao teatro erudito, surge, em 1545, a commedia dell'arte, com dialogos improvisados por atores, que se especializam em fazer personagens fixos, como a Colombina e o Polichinelo. Os cenarios sao simples, com um telao pintado com a perspectiva de uma rua.
Na Inglaterra, o Teatro Elizabetano (1562-1642) caracteriza-se pela mistura de serio e comico, pelo abandono das unidades aristotelicas, pela variedade tematica e pela mistura de verso e prosa. Seu maior nome e William Shakespeare . Os teatros tem palcos de ate tres niveis, para que varias cenas sejam representadas simultaneamente. Uma cortina, ao fundo, modifica os ambientes. Na Espanha, durante os seculos XVI e XVII, as pecas de Fernando Rojas (1465-1541), Miguel de Cervantes , Lope de Vega (1562-1635), Calderon de la Barca (1600-1681) e Tirso de Molina (1583-1648) tem ritmo rapido, desprezam as regras classicas, cruzam varias acoes e misturam temas mitologicos a situacoes populares. Os teatros sao chamadas de corrales, pois o palco, em diversos niveis e sem cenarios, fica no centro de um patio coberto.
Barroco No seculo XVII, o teatro barroco reage contra o materialismo renascentista e a Reforma protestante. Reflete o espirito da epoca: atormentado, tenso e pessimista. A linguagem, sobria em principio, torna-se muito rebuscada.
O teatro frances, visando um publico aristocratico, segue regras rigorosas, como a imitacao obrigatoria de modelos greco-romanos e respeito as unidades aristotelicas. O texto apresenta tom poetico elevado. Em 1680, a comedie francaise faz do teatro uma atividade oficial, subvencionada pelo Estado. O conflito entre a razao e o sentimento marcam as pecas de Pierre Corneille (1606-1684) e Jean Racine. As comedias de Molire mostram tipos que simbolizam as qualidades e os defeitos humanos.
Na Inglaterra destacam-se John Webster (1578-1632), John Ford (1586-1639?), Francis Beaumont (1554-1616) e John Fletcher (1579-1625). O teatro italiano copia modelos franceses. A inauguracao, em 1637, em Veneza, do primeiro teatro publico de opera introduz revolucoes tecnicas. A cena reta greco-romana e trocada pelo "palco italiano", com boca de cena arredondada, cortina e luzes na ribalta, teloes pintados que permitem efeitos de perspectiva e maquinaria que cria efeitos especiais.
Neoclassicismo Os modelos greco-romanos sao imitados no neoclassicismo, no seculo XVIII, mas a abordagem e racional e as atitudes humanas sao julgadas segundo a moral da epoca. A comedia revitaliza-se com Pierre Marivaux (1688-1763) e Caron de Beaumarchais (1732-1799). O "drama burgues" de Denis Diderot ja prenuncia o romantismo. Na Italia sao muito originais as comedias de Carlo Gozzi (1720-1806) e Carlo Goldoni (1707-1793). Na virada do seculo, o movimento alemao Sturm und Drang (Tempestade e Impeto), de transicao entre o racionalismo iluminista e o sentimentalismo romantico, exerce grande influencia na Europa.
Romantismo Com a ascensao da burguesia, o teatro adapta-se a mudanca de gosto do publico na primeira metade do seculo XIX. Victor Hugo formula a estrutura do drama romantico (ver Romantismo): abandono das unidades aristotelicas, desprezo pela regra do bom gosto, coloquialismos,; preferencia por temas da historia europeia . Nas pecas de Victor Hugo, Alfred de Musset (1810-1857) e Alfred de Vigny (1797-1863), a emocao predomina sobre a razao e o sentimento nacionalista e forte. Os franceses influenciam o italiano Vittorio Alfieri (1749-1803), os ingleses Lord Byron e Percy Shelley (1792-1822), os espanhois Jose Zorilla (1817-1893) e Garcia Gutierrez (1813-1884), e o portugues Almeida Garrett (1799-1854). Os cenografos da Opera de Paris revolucionam a construcao dos cenarios, usam iluminacao a gas e recursos para a producao de efeitos especiais.
Realismo Em reacao ao romantismo, o melodrama burgues, na segunda metade do seculo XIX, conta historias reais, de personagens comuns. A partir de 1870, as pecas naturalistas mostram o homem como resultado das pressoes biologicas e sociais. Numa fase de transicao, a ambientacao das pecas de Victorien Sardou (1831-1908), Eugne Scribe (1791-1861) e Alexandre Dumas Filho (1824-1895) e moderna; mas o comportamento dos personagens ainda e romantico. No apogeu do realismo, o noruegues Henrik Ibsen (1828-1906) e os russos Nikolai Gogol (1809-1852), Anton Tchekhov e Bernard Shaw sao extremamente ironicos e criticos. O encenador adquire mais importancia: na Franca, Andre Antoine (1858-1943) faz montagens de um realismo extremo; na Russia, Konstantin Stanislavski revoluciona o metodo de interpretacao do ator .
Simbolismo Os excessos romanticos e realistas sao rejeitados pelo simbolismo, na segunda metade do seculo XIX. Os personagens do belga Maurice Maeterlinck (1862-1949), do austriaco Hugo von Hofmannsthal (1874-1929) e do russo Leonid Andreiev (1871-1919) sao mais a materializacao de ideias abstratas do que seres humanos reais. Os alemaes Erwin Piscator (1893-1966) e Max Reinhardt (1873-1943) e o frances Aurelien Lugne-Po (1869-1940) usam o palco giratorio ou desmembrado em varios niveis, rampas laterais e plataformas no meio da plateia para ampliar a cena. O ingles Edward Gordon Craig (1872-1966) e o primeiro a utilizar a luz eletrica.
Seculo XX Na virada do seculo, o realismo permanece em autores como os irlandeses Sean O'Casey (1880-1964) e John Millington Synge (1871-1909). No entreguerras, autores do expressionismo exploram os estados psicologicos morbidos e a luta do homem contra a desumanizacao da sociedade industrial. Os principais representantes sao os alemaes Frank Wedekind (1864-1918), Georg Kaiser (1878-1945) e Ernst Toller (1893-1939), o tcheco Karel Capek (1890-1938) e o americano Elmer Rice (1892-1967).
Na Italia, na decada de 20, o futurismo de Filippo Marinetti inaugura um teatro pre-fascista . Na URSS propoe a destruicao dos valores antigos e o uso didatico do teatro: Vladimir Maiakovski escreve textos de difusao do comunismo.
O "teatro estilizado", de Vsevolod Meyerhold (1874-1940), influenciado pelo construtivismo, nao tem preocupacoes realistas fortes e faz os atores sairem do palco e passear pela plateia. Na Franca, representantes do dada e do surrealismo contestam os valores estabelecidos. Antonin Artaud formula o conceito do Teatro da Crueldade , propondo a liberacao das forcas inconscientes do publico. Na Alemanha, a partir do teatro didatico de Piscator, Bertolt Brecht escreve pecas politizadas, que visam a modificar a sociedade . Utiliza recursos de distanciamento para impedir que o espectador acredite na ilusao teatral. Com isso pretende despertar a reflexao critica. O "teatro epico" de Brecht influencia os suicos Friedrich Drrenmatt (1921-1990) e Max Frisch (1911-1991), os alemaes Peter Weiss (1916-1982) e Rolf Hochhuth (1931). Na Italia, Luigi Pirandello antecipa a angustia dos existencialistas franceses, como Jean-Paul Sartre e Albert Camus .
Na decada de 20, nos Estados Unidos, as pecas de Eugene O'Neill sao influenciadas por Pirandello. Marcadas pela reflexao social, confundem imaginacao e realidade, mergulham nos mecanismos psicologicos dos personagens e mostram o homem vitima de um destino sem sentido. Essas caracteristicas fazem de O'Neill um precursor do existencialismo. Destacam-se ainda Tennessee Williams , Clifford Odets (1906-1963), Thornton Wilder (1897-1975) e Arthur Miller com textos de critica social ; e Edward Albee (1928-), analista dos conflitos entre os individuos.
Apos a II Guerra Mundial, surge o Teatro do Absurdo. A destruicao de valores e crencas cria uma reacao anti-realista. Nas pecas deliberadamente ilogicas do irlandes Samuel Beckett, do romeno Eugne Ionesco , do ingles Harold Pinter (1930-), do frances Jean Genet (1910-1986), do polones Slawomir Mrozek ou do espanhol Fernando Arrabal (1932-) a linguagem e um obstaculo a comunicacao entre os homens.
Tendencias atuais A partir da decada de 70 ate os anos 90, o eixo criador desloca-se para grupos teatrais que eliminam a divisao tradicional palco-plateia e pedem a participacao do espectador na elaboracao do espetaculo. O polones Jerzy Grotowski propoe a criacao de um "teatro pobre", sem acessorios, baseado apenas na relacao ator/espectador. Os minimalistas (ver Minimalismo), como Bob Wilson (1941-), Richard Foreman e Meredith Monk (1943-), fazem encenacoes com o minimo de recursos possivel. Os principais grupos sao o Living Theatre, de Julian Beck (1925-1985) e Judith Malina (1926-); o Bread and Puppet, de Peter Schumann; o Centro Internacional de Pesquisa Teatral, de Peter Brook (1925-); e o Theatre du Soleil, de Ariane Mnouchkine (1939-). Sao autores representativos o austriaco Peter Handke (1942-); Heiner Mller (1929-1995) e Botho Strauss (1944)

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